domingo, 15 de agosto de 2010

Galeria de Arte 9


Elogio da Nudez
Armindo Trevisan
 
Quando o vejo nu,
carne e tamanho apenas,
sofrendo a garra de algo
que não tenho, nem me afaga
 

Sinto por dentro um silencio
Que me deixa inda mais nu!
Quando te vejo nu
 

ao sol que me rói, parado
ao sal que me entra na vida,
ao ar que me desnuda a alma
 

Fico no mundo sem par,
Desejando me enterrar


Ah que desnudez faminta!
no banheiro, sobre o leito,
em qualquer parte do mundo,
onde se deixe tua roupa


É o próprio medo do homem,
que aparece sobre a pele
 

Mas é tão bom , delicioso
O jôrro de água, o unguento
O perfume, a relva, a seda
De outra carne inda mais nua
 

Que o terror é esquecido
Por um instante florido!
 

♠♠♠

O Fotógrafo

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