Elogio da Nudez
Armindo Trevisan
Quando o vejo nu,
carne e tamanho apenas,
sofrendo a garra de algo
que não tenho, nem me afaga
Sinto por dentro um silencio
Que me deixa inda mais nu!
Quando te vejo nu
ao sol que me rói, parado
ao sal que me entra na vida,
ao ar que me desnuda a alma
Fico no mundo sem par,
Desejando me enterrar
Ah que desnudez faminta!
no banheiro, sobre o leito,
em qualquer parte do mundo,
onde se deixe tua roupa
É o próprio medo do homem,
que aparece sobre a pele
Mas é tão bom , delicioso
O jôrro de água, o unguento
O perfume, a relva, a seda
De outra carne inda mais nua
Que o terror é esquecido
Por um instante florido!
♠♠♠
O Fotógrafo
Nenhum comentário:
Postar um comentário